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As eleições do Brasil em 2018 comprovaram que, assim como ocorre no futebol, na política não existe o “já ganhou”. E mais: entre os grandes derrotados do primeiro turno do pleito estão as pesquisas eleitorais de todos os institutos, que falharam de modo gritante em alguns itens, a começar pelo contraste entre os últimos levantamentos para Presidente da República e os resultados oficiais. Bolsonaro foi bem além dos 41% previstos na véspera, assim como Haddad, que, em vez de 25%, chegou a 29,28%. Piores ainda foram os palpites sobre Marina Silva e Álvaro Dias, que simplesmente desabaram, com Marina terminando em oitavo lugar e Álvaro Dias, em nono.
Quase todos os Estados brasileiros tiveram casos concretos de falhas nas pesquisas. Para governador, por exemplo, Minas e o Rio apresentaram surpresas para quem ainda levava as pesquisas a sério.
Por sua vez, o Estado de São Paulo, onde Eduardo Suplicy (PT) atravessou inúmeras semanas em primeiro lugar para o Senado, foi derrotado e não conseguiu nem mesmo a segunda vaga. A primeira ficou com o Major Olímpio (PSL) e a segunda, com Mara Gabrilli (PSDB).
Paixões políticas à parte, chama a atenção dos cidadãos a rejeição de alguns antigos políticos nas urnas. O atual presidente do Senado, Eunício Oliveira, que concorria à reeleição pelo Ceará, ficará fora do Congresso Nacional nos próximos anos. Outro cacique do Nordeste, Edson Lobão, ligado a José Sarney, naufragou no Maranhão, “abraçado” à ex-governadora Roseana Sarney, também derrotada. No extremo Norte, o grande derrotado foi Romero Jucá, de Roraima, desta vez rejeitado nas urnas depois de 24 anos no Senado. Mas, de todos os candidatos famosos que concorreram ao Senado e saíram derrotados, a rejeição mais expressiva foi a da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ela aparecia em primeiro lugar nas pesquisas de Minas Gerais, mas vai continuar sem cargo na política. Foi a quarta colocada, com 2,7 milhões de votos. Autêntico gol contra das pesquisas.