Síndrome Alcoólica Fetal não tem cura e traz consequências para a vida toda
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
O alcoolismo é um problema que traz uma série de consequências para a vida das pessoas, tanto para quem sofre com esse vício quanto para quem está ao seu redor.
Quando o consumo de bebidas acontece durante a gravidez, pode gerar a chamada Síndrome Alcóolica Fetal, que pode acarretar problemas graves e irreversíveis aos bebês.
Sobre esta questão, o repórter Cid Barboza conversou com Conceição Serges, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria. De acordo com ela, o álcool é altamente tóxico para o feto, em qualquer dosagem, e traz consequências para toda a vida. “Essa é uma doença que não tem cura. Temos dados em que verificamos que a cada 1 mil nascidos vivos, de uma a três crianças são afetadas pela Síndrome Alcóolica Fetal completa. Além disso, para cada uma criança com a síndrome completa, há dez outras apresentam esses efeitos do álcool de maneira incompleta. Isso se traduz, principalmente, por lesões, más-formações congênitas e lesões do sistema nervoso central”, explica.
Segundo a médica, os problemas podem ser identificados já no nascimento. Ela ainda afirma que, se o homem é alcoólatra, os espermatozoides também podem ser afetados e causar a síndrome.
Em 2016, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou a lei 16.563, de autoria do vereador Gilberto Natalini (PV), que dispõe sobre diretrizes para a conscientização das mulheres quanto à Síndrome Alcoólica Fetal.
“A criança atingida pode apresentar más-formações cardíacas, corrigidas por cirurgia, mas a doença em si não tem cura. Ela apresenta distúrbios do sistema nervoso central – o aprendizado de matemática é afetado, a linguagem, elas têm tendências a ter comportamentos erráticos e a vida média, quando adultos, é de 34 anos. Além disso, elas tendem também ao alcoolismo”, explica.
A médica deixa um alerta: “se deseja engravidar, não beba. Se já estiver grávida, não beba de jeito nenhum”, finaliza.
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